quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sobre o Amor

Ouvindo Vinicius, senti uma vontade de falar sobre o amor.
Eu, que nunca soube amar, querendo entender o amor. Eu, que nunca aprenderei a amar, procurando compreendê-lo.
Deveria desistir, eu sei. Mas não vou. Sabe por que ?
Porque é muito mais fácil falar do amor, que amar, e ironicamente, quem ama de verdade, ou amou, talvez nunca sentiu necessidade forte de falar sobre o amor. O que não é o meu caso. Definitivamente, preciso falar do amor. Porque, como eu disse, é fácil falar dele. Eu que acompanho seus passos, às vezes seguindo ele pela contramão, sei o que ele quer e do que ele precisa. Talvez por saber tudo, é que não me atrevo a aproximar-me. Ele, ciente da minha covardia, me olha, cansado, e continua, saboreando suas conquistas, com ar de quem já se acostumou a vencer.
Uma vez, mas só uma vez, ele me esperou atrás de um muro, sem eu saber, e me pegou de surpresa. Sabe o que ele disse ? Me chamou pelo nome e sorriu; nessa hora, seu rosto estava transfigurado, e por um momento, eu me vi nele.
Desesperado, corri dali. Porque por um momento, percebi que aquilo era tudo que o amor poderia me dar àquele momento. Não por culpa dele, mas minha !
Disse que falar do amor é fácil.Nem tanto...Às vezes dói. Sangra. Vinicius que o diga. Ele que tanto amou...
Mas será que amou mesmo ? Quem poderia saber ?
Só ele. Sim. Temos que perguntar a ele. Ao amor que tudo sabe, mais nada diz.
Ao amor, que espera, a gente ficar pronto.
Para então, amar.

Angélica Medeiros, 01.12.2010

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