quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Filosofias de Livraria

Trabalho na livraria Saraiva : As horas em meu trabalho procurando livros suscita algumas questões.
O que é mais prazeroso, procurar livros ou encontrá-los ?
Metáfora melhor para explicar o ofício de escritor não há...Sinto mais prazer em escrever minha obra ou terminá-la ?
Pensando na vida...Em sexo...O que é mais gostoso, o intercurso ou os finalmentes ? Engraçado é que quando me jogo na procura de um livro, seja na estante, no estoque, ou em qualquer outro lugar da loja penso principalmente na meta e no meu emprego. Apesar disso, penso que se fosse rica, milionária, compraria uma loja do tamanho da Saraiva e passaria meus dias e noites dentro dela, mexendo nos livros, vendo o tempo passar por nós sem nos atingir, como se minha mortalidade repousasse intacta diante da influência pecaminosa do tédio, que de tanto mexer, quebrou a cadeira onde estava sentado.
Mais complicado ainda é pensar que existem pessoas que gostam de encontrar livros, escrevê-los e por que não ? Olhar os outros fazendo sexo . (oh!)
Conheci pessoas assim, nada tinham de muito diferente, exceto pelo fato de gozarem muito bem quando vendo duas mulheres transando loucamente...Não, eu nunca fiz isso, mas convenhamos...Que deve ser bom, ah deve !
Do jeito que eu falo parece que as três melhores coisas do mundo são : procurar livros, escrevê-los e sexo não-convencional...
Então outra questão : mas qual a ligação entre gostar de livros e sexo ? Meu querido(a), isso é óbvio. Os livros excitam a imaginação e quanto mais enchermos nossas cabeças com romances, dramas, suspiros e reconciliaçoes, mais abertura ao tesão daremos.
E tem mais ! Os livros nos tornam pessoas mais conscientes do nosso desejo, porque cada novo personagem que conhecemos nos mostra quem seriamos, se estivessemos em seu lugar, ou seja, a leitura nos dá a liberdade para sentir ou não sentir desejo por essa ou aquela pessoa, sabendo de antemão, porque o suposto desejo aflorou. Sim, meus caros, é melhor controlar nossos desejos para melhor realizá-los, o que difere muito do que sente o típico apaixonado, que não pensa para sentir, agindo só por impulso.
Resumindo : podemos usar o sexo como usamos os livros, sem dar nada em troca, sem perder nada, apenas usufruindo os bons momentos, a beleza e o estupor.
É claro que para isso preciso de alguém que veja o sexo como eu vejo, ocasionando assim, do ato, uma opção justa. Sexo, livros, opção justa...
Não sei onde isso vai parar, só sei que estou gostando.
mas bom mesmo são aqueles livros que não preciso procurar, as manhãs que não teimo em escrever, as noites que apenas durmo, sem sexo, sem dor.
Dias em que penso calmamente nas pessoas que eu amo, nas que eu deixei de amar e que por isso, foram para bem longe.
Sera que lembram de mim ? E o que eu lembro delas, será o suficiente para me fazer mais feliz do que já sou ?
Anonimato. Uma palavra que quase ninguém se importa. MElhor que o sexo, melhor que os livros.
Uma palavra que me cai bem. Até a próxima página.
No entanto, ainda sou.

Angélica Medeiros, 06.10.2010

5 comentários:

Andrea Renata disse...
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Andrea Renata disse...
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Andrea Renata disse...

Pensamentos aflorados hein ... Mais que as oções sitadas, é ler seus artigos no blog ...